sexta-feira, abril 10, 2015

Nostalgia

Não importa o quanto sua vida seja boa, feliz e próspera. Você sempre vai olhar pra trás e ter saudades de alguma coisa. Que seja uma roupa, um corte de cabelo, uma época, uma música, um amor, um amigo.
Essa é a saudade que mais dói, a dos amigos. Porque você pode justificar de todas as formas - "ele mudou pra longe", "ela casou e teve filho", "eu trabalho muito" - não adianta, baby. Aquela dorzinha de saudade, e de culpa também, sempre estará lá. Por que você deixou aquela pessoa tão importante pra trás? Como assim você está sobrevivendo sem mil telefonemas ao dia entre vocês? Como assim vocês não se vêem há anos? Como assiiiiiiiiiim???
A verdade é que a vida adulta cobra demais da gente. Passamos a adolescência inteira querendo ser 'de maior', fazendo mil planos, construindo nossos castelos que só o tempo dirá se são de areia ou não.
Mas o tempo passa, o tempo voa...
E você não vê passar. Quando se dá conta, já são anos sem falar com aquela pessoa que tem um espaço tão grande no seu coração. Você se consola - "meu amigo vai bem, grazadeus' -, mas a saudade... Ah, a saudade ainda dói. Sempre vai doer. Acostume-se ou faça algo a respeito.
Essa semana, em um grupo do Facebook, vi fotos minhas da adolescência que eu nem sabia que existiam. Anos e anos da minha história passaram diante dos meus olhos. Na minha cabeça, além das conclusões óbvias - "poxa, eu era magra" -, também me passou uma conclusão muito dolorida: deixei passar tempo demais pra rever os velhos amigos. Eles ficaram na lembrança, com muito carinho, claro, mas só na lembrança.
Senti saudades do burburinho de cada dia, das fofocas, das brincadeiras, dos apelidos, dos problemas que pareciam imensos, dos amores que pareciam eternos, das brigas que pareciam insolúveis, dos dramas que hoje soam bobos demais pra acreditar que um dia os levei a sério. Mas isso é crescer: dar importância ao que no fundo realmente importa, aprender a separar o joio do trigo, valorizar o que temos hoje, antes que se torne uma mera lembrança...
É preciso reviver nossa própria história de vez em quando. Sair da concha e fazer aquele reconhecimento de terreno. E quem melhor pra caminhar ao nosso lado do que as pessoas que um dia trilharam o mesmo caminho que nós? Se tem um conselho que eu posso dar, é esse: deixe a nostalgia entrar. Reencontre velhos amigos, relembre histórias, chore, ria, reata laços gastos pelo tempo... Você só tem a ganhar.