segunda-feira, agosto 16, 2010

Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada



O cabelo de uma mulher é parte essencial de sua personalidade. A gente usa shampoo, condicionador, creme, hidratante, máscara de reparação, tinta, reparador de pontas, leave-in, pomadas, etc, etc... Muitas vezes pro cabelo parecer NATURAL.
É, vai entender.
Fora isso tudo (feito em casa, somando a energia gasta com secador e chapinha - e a bursite e ocasionais queimaduras na testa, orelha e pescoço), existe a necessidade de uma ida ao cabelereiro de vez em quando: corte, uma escovinha básica, aproveita pra fazer as unhas e 'olha, ME-NI-NA, esse condicionador é IN-CRÍ-VEL, vai deixar seu cabelo LIN-DO!!' Toca a comprar o tal condicionador - que custa o mesmo que um celular basicão -, mas é claro que quando VOCÊ passar na SUA casa, ele não vai deixar seu cabelo tão incrível quanto ficou no salão... Anotação mental: da próxima vez, comprar TAMBÉM o shampoo!
E pintar? Pintar o cabelo é triste: tenta escolher a cor. Tá. Fácil, né? Claaaaaaaro que não!! Tem noção de quantos tons, sobretons, quase-tons e mega-tons existem? Tem loiro escuro acobreado vermelho, castanho dourado acaju, preto azulado, loiro escuro marrom intenso... - como loiro pode ser marrom, é algo que só uma mulher entende. Mas depois de horas escolhendo, tentando se imaginar com aquela cor linda que a atriz da Globo usa na caixa da tinta e pergunta a opinião até do balconista da perfumaria, você compra a famigerada e sai feliz e saltitante.
Pintou, esperou 45 minutos, teve vontade de arrancar o couro por causa da coceira, se sujou toda, manchou o sofá, lavou, hidratou, secou... Se ficar uma porcaria, começa tudo de novo: escolhe outra cor que 'cubra' a cagada, e lá vamos nós: luva, creme 'pra não manchar a pele', pincel, mistura, aquele cheiro insuportável, tenta tirar a mancha do celular que TINHA que tocar... Aí pronto, né?
Claaaaaaaaaaaaaaaaaro que não!!
É que com tanta química, o cabelo fica cheio de pontas duplas, ressecadas... precisa cortar. Mas, gente: cortar também não é fácil. A cliente e o cabelereiro nunca têm a mesma ideia do quanto são 'dois dedinhos'. Pra cliente, são dois dedinhos de bebê recém-nascido. Pro cabelereiro, são dois dedinhos de elefante!! Fora a nossa falta de noção da realidade: chega, senta na cadeira, vira pro cabelereiro e dispara: "Corta igual ao da Ângela Regina da novela das oito!!", sem atentar para os fatos básicos: Ângela Regina é loira, você é morena, Ângela Regina tem o rosto redondo, o seu é fino, Ângela Regina tem o cabelo liso e fininho como trigo, o seu é ondulado e grosso.
Se ainda assim o corte cai bem, maravilha: você ganhou na loteria, mas pode ter certeza de que nada mais vai dar certo na sua vida nos próximos meses: é a lei da compensação do Universo. Se você odiou o corte... ah, cabelo cresce, né? Não precisa chorar, não é o fim do mundo, ainda que você esteja parecendo um menino, sua tia-avó ou um poodle. Assassinar o cabelereiro também não é uma boa ideia - A MENOS que você consiga fazer parecer um acidente, claro.
Eu vivia em guerra com meu cabelo: sempre tive cabelo farto, forte, encaracolado... Não deixava minha mãe cortar de jeito nenhum até que - óbvio - peguei piolho. A lembrança das sessões de pente-fino e daquele shampoo que deixava meus amados cachos horrendos me assombra até hoje. Finda a fase piolhenta, veio aquele período em que você não manda em si mesmo, mas também não sabe bem o que quer: a pré-adolescência.
Eu queria deixar o cabelo crescer, mas minha mãe mandava cortar ao maior estilo mullet. Vergonha pouca: na escola os meninos me apelidaram de 'Peruca-de-Sansão': ficava um tempão esperando crescer, prendendo com grampo, presilha, tiara, o que fosse pra de repente surgir a cara do Chitãozinho de novo.
Me rebelei e passei um tempão sem cortar, meu cabelo chegou na cintura e eu era a pessoa mais feliz do mundo. Aí resolvi dar uma mudada no visual... Cometi o erro mortal de ir a um cabelereiro diferente do usual. O maldito fez um corte diferente pra dar uma 'modernizada'. Repicou tudo. No salão tava lindo, quando cheguei em casa parecia que eu tava de capacete. Chorei, voltei lá e fiz ele igualar tudo, aos berros. Mais uma rebeldia: cagada por cagada, resolvi pintar o cabelo de vermelho intenso. Minha mãe dizia que eu parecia um fósforo Fiat Lux, mas duas semanas depois parecia era que eu tinha lavado a cabeça com água de cozimento de salsicha.
Depois veio a fase liso-à-força. Fazia escova direto, o cabelo sofria tanto, tadinho... Tinta, escova, chapinha, escova progressiva, escova japonesa, escova inteligente... era uma agressão atrás da outra. Decidi deixar tudo pra lá e ficar com ele natural por uns tempos. Depois decidi ser radical e alisei de vez. Mas só Deus sabe até quando. Pensando bem, os cachos estão voltando à moda, e essa cor preta anda tão sem-graça...
;-)

3 comentários:

Rosana Ferreira disse...

kkkkkkkkkkkk... ADORO!!! Depois do meu último corte, todos os dias qdo me olho no espelho, meus piores pensamentos vão para o meu cabeleireiro.
Sabe q lendo seu blog... me dei conta de uma coisa... meu celular é do tempo do Cabral e eu não troco pq acho muita grana dar 300 reais num aparelho novo... mas acabei de gastar 250 em produtos pro cabelo... crazy people!

Eli disse...

Vc escreveu esse texto prá Rosana, não foi? rsrss
Meu irmão é cabeleireiro e sempre conta várias histórias hilárias de clientes que pintaram o cabelo em casa e apareceram lá desesperadas prá tirar a cor laranja/limão fluorescente do cabelo. Sem falar naquelas que vão nos Pombo´s da vida e pede prá ele corrigir as cagadas que fizeram no cabelo delas, kkkkkk.
Eu já tive uma relação de amor e ódio com meu cabelo, até participava da comunidade no orkut "Meu cabelo me odeia", a foto do cara era muito engraçada. Mas depois de 3 anos de terapia e muito escova progressiva estamos vivendo uma fase de romance. Não sei até qdo e que meu cabelo não nos ouça, isso é em off total, rsrss.
Ah, não caio nessa de produto que vende em salão, essa é a vantagem de ter um profissional na família. Não que os produtos sejam ruins, mas é que cada cabelo reage de forma diferente, então necessariamente o shampoo de R$ 200,00 vai ser melhor que aquele de R$ 10,00 da farmácia. Inclusive tenho uma dica ótima: uso um da Avon que é ótimo pro meu cabelo. E antes que vc pergunte, não, não vendo Avon, compro de uma amiga, rs.

Débora Zurc disse...

Ah, Eli, eu vivo fazendo post por encomenda pra Rô, kkkkkkkkkk
Fica à vontade pra encomendar também!

Agora vou fazer inveja: depois que alisei o meu, posso lavar até com sabonete que ele fica de boa. Mesmo assim, eu só uso Elsève, por causa do cheirinho!!

E minha mãe vende Avon, então se vc quiser mudar de fornecedora, é nóis, hahahahaha